sábado, 30 de outubro de 2010

Pré-natal

Cheguei. Entrei no primeiro mês do “embarazo”. E que embarazo. Com duas semanas de Espanha, minha rotina continua embaralhada. Aos poucos tento reorganizar a vida. É muita mudança para uma pessoa só.

Se você ouvir falar de uma menina sempre apressada pelas ruas de Madri, cheia de jornais e caderno na mão, carregando uma bolsa que parece pesar uns bons quilos, pode saber, sou eu.

Aí vai a primeira dica: em Madri, more perto do metrô ou na região central. Senão, você vai passar o dia debaixo da terra, deslocando-se de um lado a outro da cidade.

Estou hospedada na casa de uma brasileira até que eu encontre um lugar mais bem localizado. Tenho aula das 10h30 às18h30 e demoro mais de uma hora até a universidade. Foram raras as vezes que cheguei em casa antes das 23h.

A noite é curta. Saio à procura de apartamentos, participo de atividades obrigatórias da Fundación Carolina, resolvo questões burocráticas como abrir conta, comprar celular e dar entrada no NIE – número de identificação de estrangeiro. Tento ainda conciliar estudo com passeios e encontro com os amigos.

Sexta passada, por exemplo, fiquei mais de 22h horas de pé. Acordei às 8h e só me liberei às 23h40, quando fui encontrar com os amigos em um bar, saída que rendeu até as 6h. Fiquei escrevendo à tarde e praticamente a noite toda – só neste fim de semana tenho que produzir para o mestrado uma crônica, uma reportagem, uma notícia e uma foto.

Essa é a vida de jornalista, correndo contra o tempo. Conversando com a “escravaisaura” – assim se apresentou uma das colegas de sala, a minha mais nova amiga venezuelana –, comentei que gostaria que as horas triplicassem, ou parassem.

“Calma, você está aqui há duas semanas. É normal. Depois, as coisas se ajeitam. Quando cheguei em Madri fiquei de favor no apartamento de um conhecido. Não tinha luz e nem elevador. Tive que subir quatro lances de escadas com seis malas”, contou.

Suas palavras me confortaram. Em minha atual casa não fico no escuro e só tinha duas malas que foram para o segundo andar com o apertar de um botão. Mas, mesmo assim, me deu vontade de estar “desembarazada” ou menos “embarazada”. É uma tentação estar em Madri e perceber que não sobra tempo. Gostaria de ficar livre por aí, caminhar sem olhar para o relógio. 

Despedi-me da Isaura e troquei de linha na estação. Peguei a direção errada do metrô. Pensei: “É, Dona Embarazada, você está precisando mesmo é de uma licença”. Dei-me uma folga. Desisti da agilidade do metrô e subi até a superfície.  Dizem que caminhar faz bem para uma “gestação” saudável. 

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Conversa de outro mundo


- De donde eres?
- De Espanha.
- Y tu?
- Soy brasileña.
- Cuanto tiempo vas a estar en Madri?, perguntou-me o homem de cabelos grisalhos, sapa-tênis colorido, calça pega frango e uma blusa de lã que mais parecia um poncho.
- Nueve meses, respondi.
- Es un embarazo, no?
- Si, disse, sorrindo.

Foi assim que dei início ao meu primeiro diálogo em espanhol com o meu vizinho de assento no avião.

Sabia que começar uma viagem conversando com um nativo ainda no ar seria uma boa forma de me sentir à vontade antes que pisasse em solo desconhecido. 

Quando se está sozinho e o objetivo não é desfrutar da solidão - muitas vezes o silêncio cai muito bem -, não perca tempo. Puxe uma conversa. Daí, certamente sairão boas histórias. Todo mundo tem a sua.

Com uma pergunta aqui, outra ali, ganhei a confiança do espanhol, a prosa foi se soltando e o homem, me revelando uma trajetória nada comum.

Ele estava no Brasil há nove meses – esse número me persegue, pensei. Vivia em Cunha, no interior de São Paulo. Tão diferente quanto esse lugar, que eu nunca tinha ouvido falar, era o que o senhor de mais ou menos 50 anos me revelava.

Ele morava em uma cidade que eu não entendi muito bem o nome, perto de Madri. Trabalhava como pedreiro, eletricista, carpinteiro, corretor e mais um monte de outras atividades de um típico “faz tudo”.

O homem não sabe ao certo quando percebeu que nada em sua vida fazia sentido. Decidiu mudar de rumo, integrou a Comunidade Semente Galáctica e foi ao Brasil para fazer um curso de milagres.

Ele me falou sobre kosmos, da vontade que sentia de salvar o mundo, me perguntou se já tinha assistido os filmes Quem somos nós e Matrix.

Antes que o assunto ficasse mais estratosférico, me dei conta de que ainda não tínhamos trocado os nossos nomes.

Então, perguntei:

- Cuál es tu nombre?

- Bueno, hoy, me llamo Jake.

Fiz uma cara de interrogação e ele continuou:

- Siempre cambio de nombre. Ya me llamé Juan también. Pero mi verdadero nombre es Emílio.

- Pero por que?

- Cambiamos todo el tiempo, la forma de pensar, de ver el mundo.

Fiquei pensando como me chamaria amanhã. Não me veio nada na cabeça. Meus olhos já estavam pesados de sono. Era quase 1 da manhã. Agradeci pela conversa. E ele, com um sorriso nos lábios, me respondeu:

- Muchas gracias por escucharla.

Antes que eu fechasse de vez os olhos, perguntei:

- Y ahora, como te llamas?

- Ahora, soy Juan sin nombre. Soy solo el hijo de dios.

sábado, 16 de outubro de 2010

Até breve

Resolvi arriscar um CD novo no carro. Tenho vários daqueles gravados há muito tempo, sem referência, e que eu não fazia a mínima ideia do conteúdo. Começou com Led, passou por Secos e Molhados, continuou com Pink Floyd e terminou com Yes. A última música do CD, a última que ouvi no Brasil, foi a Soon, composta por Jon Anderson, e uma das primeiras músicas que meu pai me apresentou do grupo. Liguei para ele e coloquei o celular perto do som, para que ele também pudesse ouvir. Obrigada, pai.

Soon
Yes
Composição: Jon Anderson

“Soon oh soon the light
Pass within and soothe the endless night
And waiting for you
Our reason to be here
Soon oh soon the time
All we move to gain will reach and calm
Our heart is open
Our reason to be here
Long ago, set into rhyme
Soon oh soon the light
Ours to shape for all time, ours the right
The sun will lead us
Our reason to be here
The sun will lead us
Our reason to be here”

De arrepiar

A porta fez um suave ruído e lentamente entrou um feixe de luz. Meu leve sono fez com que eu me despertasse. Era meu pai entrando no meu quarto, não muito de costume, às 8 horas de um sábado. Antes de questionar o motivo pelo qual meus sonhos de fim de semana estariam sendo interrompidos, aguardei que ele se manifestasse.

- De quem é esse DVD pirata do U2?
- É meu, pai.
- Não acredito que você comprou DVD pirata.

Retirou-se do meu quarto, fechei os olhos e, quando menos esperava, ele entrou novamente, cheio de CDs e DVDs nas mãos.

- Olha o que eu comprei, Carol.

Mostrou-me um deles. Olhei, mas, devido às circunstâncias de pós-despertar, não dei atenção. Mais uma vez reafirmou o seu posicionamento contrário à minha compra de um DVD pirata.

- Toma, esse DVD do U2 não vai ficar com os meus. Coloca nas suas coisas.

Já ia saindo do meu quarto, mas deu meia volta e mais dois passos estaria de frente para minha cama novamente.

- Carol, isso é uma verdadeira obra de arte.

Abriu o DVD e disse que mais tarde veríamos juntos.

- Fico até arrepiado!

Ergueu o braço e me mostrou os pelos para cima. Dessa vez ele realmente foi embora, mas me deixou em meio a um estágio intermediário de lucidez e sonolência, revivendo o passado e relembrando a nossa história. As janelas tremiam, a porta fazia uns ruídos estranhos e, às vezes, até assustadores pela ressonância do grave. Se eu não morasse em Belo Horizonte, acharia que era um terremoto. Enquanto minha mãe reclamava: “Thomaz, abaixa o som”, meu pai repetia: “Mata o velho”. A justificativa parecia óbvia: quem tem problema de coração não aguentaria ouvir a e intensidade da música. Não sei como os vizinhos não reclamavam. O som infiltrava pelas frestas, penetrava em todos os ambientes da nossa casa e, assim, propagava para o mundo.

A música entrou sem pedir licença nas nossas vidas. Não bateu na porta da nossa casa. Foi praticamente imposta, porém, bem-vinda. A sorte do meu pai foi que ninguém contestou. Aceitamos e gostamos. Cresci ao som de Pink Floyd, Deep Purple, Yes, Genesis, Peter Gabriel e Pat Metheny. O complexo de Édipo confirma. Quem realmente me conhece, percebe as minhas raízes paternas. Foi inevitável não despertar afinidade pelas mesmas músicas. E também foi impossível não fazer desses momentos os mais marcantes, principalmente nas nossas viagens de verão.

Subimos a Serra da Mantiqueira e descemos a Serra do Mar ouvindo Jethro Tull. O álbum era Living in the past. Definitivamente, não tínhamos chance. Nem adiantava sugerir um CD. Era assim em todas as viagens, inclusive, a demonstração dos pelos do braço arrepiados. Apesar de nos provocar risos com esse comportamento peculiar, meu pai era o próprio déspota esclarecido. Com alguns resquícios liberais, ele era, nas profundezas de seu conservadorismo, extremamente absolutista quando se tratava de escolher a trilha sonora para o carro.

O destino era Maresias. Com as músicas de Jethro Tull, parecia que estávamos viajando para a Escócia ou a cavalo para Constantinopla. As imagens que vinham à minha mente faziam referências aos primeiros séculos da Idade Média.

Fechava os olhos, encostava a cabeça na porta do carro e viajava na melodia. A flauta e o som transformavam-se em imagem e ganhavam vida. A paisagem da Mata Atlântica me levava para as montanhas europeias. Imaginava grandes muralhas, castelos, pontes, cavaleiros. Pensava como seria esse mundo que pertencia ao sexo masculino. A homens que seriam os donos da verdade, das terras e dos maiores feitos.

A harmonia da música não permitia que meus pensamentos fossem longe na desarmonia da Idade das Trevas. E logo, lembranças de guerras, peste negra, fome e exploração transformavam-se em um sentimento estranho, até nostálgico, de uma era que nem me pertencia. A música era capaz de me levar a outras dimensões, mas quando o carro parava e o som desligava, cessava, também, os meus pensamentos. Voltava à realidade, acordava dos sonhos e o silêncio pairava. A música começou a tocar novamente. Ainda era Jethro Tull, mas, a faixa 1 do CD se repetia. Foi quando me dei conta que não estava mais no passado e dentro de um carro. A porta começou a tremer e o volume do som foi aumentando.

A música soava na minha casa. O sentido era para o interior do meu quarto e não mais para Maresias. Acordei das memórias. Escutei a voz do meu pai, ofuscada e mesclada com a altura do som me chamando. Resolvi atender ao chamado. Abri os olhos, levantei da minha cama, saí do meu quarto ainda sonolenta e com vestes de dormir. Segui a onda sonora. Meu pai me convidou para sentar e assistir o DVD. Sentei e comecei a pensar como fui transportada para o presente. Não de uma forma imediata e brusca. Mas de um modo conexo, em que a música construiu uma ponte entre o tempo.

Os momentos se entrelaçaram e nós estávamos ouvindo o mesmo repertório, só que anos depois. Pensei: agora, só falta o meu pai mostrar me mostrar...(bem, você já sabe!). Foi em questão de segundos. Mas dessa vez, eu tinha um novo olhar. Percebi que não se tratava apenas de um comportamento repetitivo e previsível. Mas a atitude de um homem apaixonado pela música externalizando as suas mais profundas emoções. Chamou-me atenção para o seu braço.

- Viu como o seu pai fica emocionado? Olha os meus pelos arrepiados.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O meu e o seu

- “Se um dia você for embora, não pense em mim. Que eu não te quero meu, eu te quero seu”. Eram as palavras de Milton Nascimento na voz de Jacqueline. Jac é uma grande amiga, foi quem me ensinou, durante um ano, a me apaixonar pela Yoga e a quem eu tenho eterna gratidão.

Ela cantou essa música para mim, por telefone, enquanto conversávamos sobre os preparativos para a partida, as novidades, os desafios da vida e a eterna busca pelo desapego. Para quem está indo ficar nove meses longe de casa, o bate-papo tornou-se, então, ainda mais apropriado – são as respostas que a própria vida nos dá, é só ficar atento às pistas.

Comecei a pensar sobre o exercício do desapego. Como é difícil, e põe difícil nisso. Nem todos o desejam. Porém, aqueles que têm o desprendimento como filosofia de vida sabem muito bem que se trata de um caminho cheio de provas.

Nessa trilha avançamos, amadurecemos e de repente percebemos que voltamos no mesmo lugar, ou nem saímos do lugar. Fraquejamos. Até recomeçarmos e, com muita insistência, continuarmos perseguindo o horizonte “de que amar é querer dar liberdade para o outro”, disse a Jac, na mesma conversa por telefone, que geraria mil e uma reflexões e aprendizados. Para mim e para ela.

Meu Menino
Milton Nascimento
Composição: Ana Terra / Danilo Caymmi

“Se um dia você for embora
Não pense em mim
Que eu não te quero meu
Eu te quero seu
Se um dia você for embora
Vá lentamente como a noite
Que amanhce sem que
A gente saiba
Exatamente
Como aconteceu
Se um dia você for embora
Ria se teu coração pedir
Chore se teu coração mandar
Mas não me esconda nada
Que nada se esconde
Se por acaso um dia você for embora
Leve o menino que você é”

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Viagem diária



Quando for a sua vez de viajar, você vai perceber. O que as pessoas mais perguntam é: já está fazendo contagem regressiva? Está doida para ir? Estou, claro. Mas contagem regressiva não faz muito meu estilo. Sou adepta da filosofia que tudo tem a sua hora. Com vontade de que aquele dia ou momento tão aguardado chegue logo, muitas vezes, não se vive o agora.

Confesso que quando tive notícias da minha aprovação no mestrado foi um mistura de sensações. O que vem pela frente? O novo e o desconhecido geram, por um lado, êxtase, por outro, ansiedade. É o tempo e o amadurecimento de ideias que fazem com que as emoções se equilibrem e tudo fique no seu devido lugar: o ontem no ontem, o hoje no hoje e o amanhã no amanhã.

Tentei aproveitar cada dia nessa terra de palmeiras e sabiás. Conversando com um amigo que está no outro lado do mundo, ele concordou com Gonçalves Dias. Contou-me que os passarinhos de lá não cantam como os daqui.

Senti certa angústia e comecei a aproveitar os abraços e o calor dos meus amigos. Os de lá, certamente não serão os mesmos daqui. O carinho da família e o sabor da comida, também únicos. O ipê em frente à minha casa que, mesmo miúdo, deu sinais de vida e floresceu. O sotaque carregado da manicure que fala mais mineirês que português.

O mamão e a banana da vitamina – fruta no exterior é caro e nem tão abundante; o banco da Praça do Papa que nos permite ver a serra e o belo horizonte; o vendedor de pipoca; a boa música brasileira que retorna em Santa Tereza com os herdeiros do Clube da Esquina - Gabriel Guedes e Rodrigo Borges; a chuva de primavera que briga com o tempo seco e despeja de madrugada.

E nessa espera pela partida, fui vivendo mais do que vivi em semanas, talvez meses, ainda mais convencida de que para viajar não precisa mudar de endereço.

Pré-concepcional

Pré-concepcional é o período em que a mulher se prepara para a gravidez. Uma viagem funciona de modo semelhante. É preciso se organizar, principalmente para quem não gosta de surpresas. Não que eu não goste de surpresas, mas, para uma temporada de nove meses fora de casa, não tive como ignorar uma lista de tarefas.
Nesta lista tinha de tudo. Desde questões práticas, do tipo, devolver o livro para a minha professora de espanhol, levar notebook para consertar, cancelar assinatura de revistas e celular.
Questões que envolvem a saúde como ir à homeopata (vai que eu tenho uma alergia brava no velho mundo?), fazer exames e ir ao dentista. Questões jornalísticas: separar exemplares das publicações brasileiras para apresentar aos espanhóis. Questões que só as mocinhas entendem: pedir a Nina, quem faz a minha sombrancelha, a me ensinar como se faz uma sombrancelha.
Questões que quase não saíram do papel: estudar – das três pilhas de textos e apostilas que
separei para ler, só encostei em parte da primeira. Questões “dilema bom”: assistir ao máximo de filmes e ler o máximo de livros possíveis. Me vi confrontada entre curtir páginas e telas ou momentos sociais. Escolhi as pessoas. Questões dividir tempo: um dia para os amigos, o outro para os pais, o seguinte para os avós e por aí vai...
E, por último, largar de vez o preconceito e me inserir nas redes de relacionamento virtuais: fazer blog, orkut, facebook e twitter. Meus amigos devem estar pensando: pagando língua, né, Carol? Está vendo como viagem revoluciona?

Para não esquecer de nada

Fui atrás de um check-list de viagem na internet. Trata-se de um verdadeiro check-list, quase paranoico, para toda a família em qualquer tipo de passeio. Atenção: “algodão em bolinhas”, “gel fixador”, “roupa de baixo”, “desinfetante bucal” e “creme antiassadura” não podem, de forma alguma, ficar fora da bagagem.



segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Bem-vindo

Uma viagem começa bem antes da compra da passagem, da organização da mala e do “adeus” já saudoso àqueles que ficaram. Não se trata, apenas, de mudança de endereço – no meu caso, do continente americano para o europeu; de fuso horário; e de cultura, da brasileira para a espanhola.

Em uma viagem, o principal caminho é aquele nos leva para o nosso interior. O que provoca mudanças no nosso comportamento, olhar, na forma como construímos sentido para a vida, desenhamos e colorimos o mundo à nossa volta.

Tornamo-nos pessoas diferentes, não necessariamente melhores, ou piores, mas diferentes. Como dizia Heráclito: “A única coisa permanente são as mudanças”. E na minha vida, elas são sempre bem-vindas.

Como considero que a minha viagem já começou, antes mesmo de aterrissar em território espanhol, previsto para dia 16 de outubro, às 10h 35, decidi estrear com antecedência o blog Embarazada: nove meses de histórias em Madri.

Na terra de Cervantes, vou fazer o Master Oficial en Periodismo El Mundo, como bolsista da Fundación Carolina. Coincidência ou não, “Mundo” e “Fundación Carolina” são palavras que há tempos fazem parte do meu repertório e dos meus desejos: de conhecer e viver o mundo e, quem sabe, com essa experiência, tornar-me mais ou menos Carolina.